Avicultura

Rigor da lei pode causar prejuízo na produção, no abate de aves, demissão de funcionários e fechamento de aviários
Com a exigência para que se diminua o período de trabalho na agroindústria, consequentemente, resulta na necessidade de aumentar a automação que de certa maneira vai suprir a falta de mão de obra no abatedouro e pode comprometer a perspectiva de vida do trabalhador.
A quinta-feira, à tarde, 18 de outubro, foi marcada por uma importante reunião envolvendo a empresa Brasil Foods (BRF), a Associação de Avicultores de Aves e Suínos, a Cooperativa Regional de Aves e Suínos (Cooperavisu) e representantes dos integrados, realizada no município de Joaçaba. Segundo o presidente da Associação de Avicultores de Suinocultores integrados a Brasil Foods (BRF) e secretário Cooperavisu, Alcides Borges (Cide), a reunião foi convocada pelo presidente da Cooperavisu, Orestes Vidal Guerreiro, para que a empresa integradora viesse a informar qual é atual crise na atividade de avicultura e suinocultura em nível de Brasil. A empresa por sua vez informou que crise, principalmente na suinocultura está terminando, sendo que existe um sinal amarelo para o verde, o que significa uma melhora nos resultados. Quanto à avicultura, a situação vem mudando para a satisfação dos envolvidos com a atividade, pois existe muito mercado (consumidor), para tanto, a dificuldade são os grãos (milho e soja), pois a nossa região exporta e depois acaba importando de outros estados, consequentemente, encarece o produto por causa do frete a longa distância.
Conforme Cide, o gerente de Agropecuária, Luiz Francisco Carvalho de Araújo foi feliz nas colocações ao tranquilizar os integrados, pois a remuneração dos mesmos vai permanecer a mesma e gradativamente buscando melhorar. Também foi discutido sobre a planilha de custo, para tanto, formaram uma Comissão para agendar uma reunião com Embrapa, visando fazer uma reavaliação e também adequar os valores, pois faz dois anos sem correção de valores que foram defasados devido a inflação. Outros assuntos de interesse da integração foram discutidos, com várias perguntas sobre os novos projetos e os adaptados. A empresa garantiu que todos que tiveram disponibilidade visando melhorias, a mesma vai viabilizar financiamento, para tanto, irá remunerar o empresário rural para que possa honrar com o pagamento do investimento nas benfeitorias que se fazem necessário. Depois da reunião propriamente dita, foram convocados os líderes de Taió (SC), pois foi discutida a paralisação da integração na mencionada região, com 106 integrados, isto por motivo de logística e de custo elevado, inclusive, o Ministério Público do Trabalho exige da empresa muitas normas, então a indústria tem de reduzir o número de abate, para tanto, foi feito um estudo, então a decisão foi a da paralisação no mencionado município. “Foi uma situação delicada, pois jamais gostamos de perder qualquer integrado, porém, muito foi debatido, mas com certeza a empresa vai fazer o que nenhuma outra integradora do Brasil fez, pois o compromisso com a Associação, com a Cooperavisu, principalmente, de remunerar e indenizar o integrado que contraiu financiamento para a aquisição de equipamentos, reforma de melhoria no aviário, será totalmente pago ao banco, basta apresentar as notas, ainda terá uma remuneração conforme descrito no contrato, sendo um a dois lotes de indenização. Então paga-se aquilo que está financiado, acrescentados os lotes e ainda de direito fica com todo o patrimônio existente, podendo tocar a atividade futuramente com outra integradora ou vender os bens adquiridos. A partir do dia 1º de novembro também estarei em Taió acompanhando os acertos de integrado por integrado, para que não aconteça nada fora daquilo que foi combinado”, assim Cide esclareceu o assunto.
A empresa BRF está empenhada para que seja feita justiça e jamais injustiça aos integrados, para tanto, muito questionam para os mesmos serem remunerados na medida de seu desempenho. O integrado classe “A”, caso teve uma queda de resultado num lote, é remunerado imediatamente pela média de sua produção. Já o da classe “C” por ter um histórico baixo, então só depende dele melhorar, mas é visto com o extensionista o que acontece na propriedade, enquanto as classes “A” e “C” sempre é buscado atingir a média estabelecida.
O apanhe de aves nos aviários é uma polêmica que sempre existiu e cada vez aumenta essa questão, sendo um serviço prestado pela Limger, porém, existe a dificuldade de encontrar a mão de obra qualificada. Para sanar o problema de falta de mão de obra qualificada, a BRF reajustou os valores para o apanhe de aves, no sentido de incentivar a prestação de tais serviços, com o objetivo de evitar que o abate novamente paralise por falta aves não apanhadas e que deixaram de ser transportadas até a indústria. “Além da falta de mão de obra no apanhe de aves e a interferência do Ministério Público do Trabalho, sendo justo ou não, de uma maneira ou de outra acaba deixando de beneficiar o produtor e também os demais trabalhadores, pois existe uma perda de valores, portanto, não sei até a onde é vantagem aplicar a lei e usar de seu vigor”, explicou Cide. Disse isto porque os produtores rurais estão preocupados caso o Ministério Público do Trabalho interferir na empresa, automaticamente está mexendo com o produtor de frangos, sendo algo que traz prejuízo para a economia de toda a região do Vale do Rio do Peixe.
Com a diminuição do período (jornada) de trabalho do funcionário, evidentemente, existe a necessidade de aumentar o número do quadro funcional, apesar de não ter disponível pessoal para contratar, mesmo a empresa estar automatizando em parte, o que vai suprir a falta de 80 a 120 mão de obras. A automoção vem sendo útil, mas é ruim para quem busca um trabalho formal, portanto, deveria ser analisada a questão e aí sim colocar a lei em prática. Para o Cide, presidente da Associação de Avicultura, a maior preocupação, caso reduzir o número de aves abatidas, logicamente deve-se diminuir a quantidade de aviários que produzem frangos, o que deixará a região num grande e irreparável prejuízo.
Nós, como formadores de opinião, não podemos ficar quietos e aceitar que lei, quem sabe, mal criada venha a decidir o futuro de um município e de toda uma região, talvez paralisando atividades e o que seria uma simples ação pode causar um grande prejuízo à economia para aqueles envolvidos direta e indiretamente na cadeia produtiva. Não queremos tirar considerações precipitadas, mas esta questão de diminuir o período de trabalho (jornada), também significa menor salário mensal aos funcionários, sendo algo semelhante a lei equivocada criada, aprovada, sancionada e que está em vigor, o que em muito pouco beneficia aos motoristas de caminhões e aos proprietários das transportadoras.
Vamos pensar na melhoria da qualidade perspectiva de vida do povo trabalhador, jamais tentar arranjar benefícios que não condiz com a realidade e desejo tanto do trabalhador funcionário, quanto da empresa integradora, do sistema de integração como um todo. Se existe a bolha mobiliária, numa desta por capricho da lei poderão favorecer para um colapso na agroindústria e poderão provocar o dito êxodo rural e o inchaço das cidades, consequentemente, causará um enorme problema social. Concordamos com certa adequação, mas fica fora de cogitação a imposição com o rigor da lei se a realidade é outra em termos de vontade coletiva.
Entendimento, consenso, garantia de produção e ganho predomina na reunião, pois a parceria é levada à risca na produção e abate de aves e suínos, devido ao sistema de integração de qualidade comprovada.
Deixe seu comentário